quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


Por favor, solta um pouco o nó?
Qual?
Esse aqui!
Qual?
Esse, esse aqui!
[silêncio]
Eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu!
Quer falar alguma coisa?
Não!

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012




a casa caiu
a casa caiu com o teto de madeira caiu
a casa com a tela colorida caiu caiu
todos os 3874 amigos caíram
as palavras, as fotos, as mensagens escondidas.
eu passei o batom vermelho e pintei as unhas também
eu cortei o cabelo curto
e vi, a foto, o cabelo comprido
eu criei, eu acreditei, eu esqueci
não quero falar de mim
do que eu faço, do que eu tenho, nem do que acredito
nem do que eu posso fazer, nem mostrar, nem testar
por quê? ai ai ai...
pega a mala, a mala cheia e pesada!
E deixa na porta!
Doladode fo ra!
cabelos ao vento! que cabelos?

domingo, 30 de janeiro de 2011

Outro Calhamaço


O calhamaço de discos ainda estava empilhado no canto da sala escura, a lâmpada já estava queimada há três dias... mas eu não liguei. O maço de cigarros ainda estava pela metade e o gelo no copo de guaraná já havia derretido, mas eu não liguei. Aquele casaco apoiado na cadeira, o mesmo pedaço de livro não lido no sofá, o mesmo abraço não dado, a mesma despedida não feita. O susto. O susto. O medo. O vazio. O frio. A solidão. A dor. A dor e tudo isso, e nada estava mais lá. O susto, o surto. As pimentinhas já murchavam na sacada, o gato andava de lá para cá inquieto, fome talvez, mas eu não liguei. O mesmo disco riscado toca Roberto na vitrola. Há três dias. Existem dezessete novos recados na secretária. Dezessete. A mancha de molho de tomate agora já secou na toalha branca da cozinha, mas eu não ligo.

sábado, 31 de julho de 2010

então... te digo adeus!



sonhos estranhos, minha voz está estranha, meu cabelo, a unha do pé, acontecimentos estranhos, pessoas estranhas, o filme era estranho, o lanche estava estranho, notícias estranhas, até o travesseiro anda estranho, pensamentos estranhos, sentimentos estranhos, barulhos estranhos no sótão, silêncios também estranhos... e absolutamente ninguém fora eu!

sexta-feira, 23 de abril de 2010



As palavras sempre escondem sentidos ocultos, mesmo quando ditas com clareza.