quinta-feira, 20 de novembro de 2008

A maldição do samba




Páticarigundum... páticarigundum... páticarigundum... adiguirimguidim...
e o coração acelera...
páticarigundum adiguirim adiguirim... adiguirimguidim... adiguirimguidim...
o corpo vibra sozinho....
o calor....
não existe pensamento, só sensação....

não sei que coisa é essa que o batuque faz comigo, desde que nasci sempre me achei negra!

Quero morrer numa batucada de bamba... na cadência bonita do samba!

é doce e azedo!


Prefiro morango. Prefiro morrer de amor, do que viver sem amar. Prefiro arriscar tudo mesmo desconfiando que não vai dar certo. Prefiro tomar a iniciativa do que esperar que alguém faça alguma coisa. Prefiro tocar do que dançar conforme a música. Prefiro pintar a unha de azul do que seguir a moda. Prefiro ficar sozinha do que mal acompanhada. Prefiro ser atriz sem grana do que advogada rica. Prefiro samba que música eletrônica... porque bate no coração e na alma, porque posso ser o que eu quiser inclusive uma advogada rica, porque sou uma ótima companhia, porque gosto de unha azul e foda-se a moda, porque se quero um rock... é um rock que eu vou ter, porque assim as coisas se resolvem mais depressa, porque tudo muda sem a gente esperar, porque amar é viver, porque é doce... e azedo!

sábado, 15 de novembro de 2008

A formiga: PARTE 1



Ela estava sozinha, sozinha mesmo, olhei por toda a volta e não vi nenhuma companheira por perto. Quem será que ela estava seguindo, será que ela estava perdida?? Cadê sua fila, como sabia para onde ia? Tentei colocar mil obstáculos para ver se ela mudava de direção mas não, ela não parava nem um minuto, sinal que não pensa, ela não parou para pensar em nenhum minuto, tinha certeza do que tinha que fazer. Quanto mais eu a perturbava , mais rápida ela ficava, determinada. Resolvi deixa-la em paz, mas a segui. Ela atravessou todo o tapete, a sala, entrou na cozinha, deu a volta, e foi em direção ao armário. Quando subiu na parede... caiu, caiu dura e imóvel no chão. Estranho.... muito estranho... ficou lá uns 40 minutos. Guardei ela numa caixinha de fósforo, mas no dia seguinte ela tinha sumido de lá, ela e três bolachas recheadas. Eita formiguinha danada. Anda por aí sozinha e quando vê que está sendo seguida se faz de morta, para me assaltar de madrugada.

vida!



Só no inverno eu consigo me lembrar do frio que faz o vento frio do inverno... e só no verão eu consigo me lembrar do cheiro das chuvas fortes de verão. Hoje ela durou exatamente 30 segundos. Subi as escadas correndo para fechar as três janelas. Fechei a primeira, e vi pelo vidro a cortina de água formada lá fora, gotas grossas e rápidas caiam do céu como se tivessem vida, formando e desformando desenhos sob os telhados, determinadas a cair. Corri, fechei a segunda, e ouvi o vento regendo a orquestra, fechei os olhos e ouvi o som.... a música. Corri, mas já havia molhado a colcha azul, e antes que eu alcançasse a terceira... a chuva parou. Debrucei na janela molhada e estendi a mão para fora, senti o vento suave.... mas nem uma gota de chuva... nem grossa, nem fina. A dama da noite dançava com o vento... movimentos circulares e leves acompanhavam o canto suave, e seu perfume se espalhava mais que o normal, como se estivesse mais feliz. A orquídea amarela que nasceu ali por acaso, acompanhava agarrada no tronco. Fiquei ali observando com a mão esticada...
Cai chuva cai... quero dançar também, hoje eu realmente não me lembro do frio que faz o vento frio do inverno.

sábado, 8 de novembro de 2008

É.... para isso! (Poema de Natal)



Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente
Vinicius de Moraes

Eu sei...




E o rosto de amanhã?
Será..
Assim agitado, assim alegre... assim corado,
e os olhos cheios de vida, e os lábios sempre doces,
as mãos serão firmes... tão ágeis, e quentes, e vivas...
Como vidro transparente o coração bate... e mostra...
Não vou dar por essa mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Nesse espelho me reencontro... mais bonita!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O lugar aprisiona as idéias!



Todo dia, todo dia!
Acordo 6h30, escovo os dentes, tomo banho, escolho uma roupa adequada, maquiagem, perfume, café, leite, óculos de grau, vou ao trabalho, Ana, Marcos, Ricardo, Andréa, bom dia, Rogério, Natália, Guilherme. Assino, almoço, assino, ar condicionado, debato, café, cigarro, volto para casa, compro pão, presunto, queijo, tomo lanche, comida para o cachorro, banho. Lavo um braço o outro braço, barriga, bunda, orelha, joelho, outro joelho, atrás, na frente, pé e pé, pescoço, rosto, nuca, escovo os dentes, pijama, novela, beijo, sexo, preguiça, sono, boa noite, 23h30 dormi.
Acordo 6h30, escovo os dentes, tomo banho, escolho uma roupa adequada, maquiagem, perfume, café, leite, óculos de grau, vou ao trabalho, Ana, Marcos, Ricardo, Andréa, bom dia, Rogério, Natália, Guilherme. Assino, almoço, assino, ar condicionado, debato, café, cigarro, volto para casa, compro pão, presunto, queijo, tomo lanche, comida para o cachorro, banho. Lavo um braço o outro braço, barriga, bunda, orelha, joelho, outro joelho, atrás, na frente, pé e pé, pescoço, rosto, nuca, escovo os dentes, pijama, novela, beijo, preguiça, preguiça, sono, boa noite, 23h23 dormi.
Acordo 6h30, escovo os dentes, tomo banho, escolho uma roupa adequada, maquiagem, perfume, café, leite, óculos de grau, vou ao trabalho, Ana, Marcos, Ricardo, Andréa, bom dia, Rogério, Natália, Guilherme. Assino, almoço, assino, ar condicionado, debato, café, cigarro, volto para casa, compro pão, presunto, queijo, tomo lanche, comida para o cachorro, banho. Lavo um braço o outro braço, barriga, bunda, orelha, joelho, outro joelho, atrás, na frente, pé e pé, pescoço, rosto, nuca, escovo os dentes, pijama, novela, preguiça, preguiça, preguiça, sono, boa noite, 23h24 dormi.
O aprisionamento da alma, o lugar que aprisiona, só penso e faço isso, só vejo e falo com as mesmas pessoas, as idéias mudam mas são sempre as mesmas, os assuntos mudam mas são sempre os mesmos, os mesmos pontos de vista, os mesmos conselhos, as mesmas tristezas, os mesmos problemas.... mas... e as soluções?? Não estão ali. O coração se acomoda.
Bom dia, bom dia!
Acordo 11h30 e fico na cama até 12h, coloco qualquer roupa, óculos de Sol, banho no cachorro, banho de esguicho. Cinema, teatro, Marina, Clarissa, Thiago, André, cerveja, Cristina, Rogério, Felipe. Pizza, conversa, o tempo, fofoca, eu rio, e rio, Chico, Tom, Cartola, Vinícius, sexo, sexo, sexo, conversa, 4h30 dormi.
E encontro todas as respostas... o coração dispara!
Todo dia, todo dia!
Acordo 11h30 e fico na cama até 12h, coloco qualquer roupa, óculos de Sol, banho no cachorro, banho de esguicho. Cinema, teatro, Marina, Clarissa, Thiago, André, cerveja, Cristina, Rogério, Felipe. Pizza, conversa, o tempo, fofoca, eu rio, e rio, Chico, Tom, Cartola, Vinícius, sexo, sexo, sexo, conversa, 4h30 dormi.
Acordo 11h30 e fico na cama até 12h, coloco qualquer roupa, óculos de Sol, banho no cachorro, banho de esguicho. Cinema, teatro, Marina, Clarissa, Thiago, André, cerveja, Cristina, Rogério, Felipe. Pizza, conversa, o tempo, fofoca, eu rio, e rio, Chico, Tom, Cartola, Vinícius, sexo, sexo, sexo, conversa, 4h45 dormi.
Acordo 11h30 e fico na cama até 12h, coloco qualquer roupa, óculos de Sol, banho no cachorro, banho de esguicho. Cinema, teatro, Marina, Clarissa, Thiago, André, cerveja, Cristina, Rogério, Felipe. Pizza, conversa, o tempo, fofoca, eu rio, e rio, Chico, Tom, Cartola, Vinícius, sexo, sexo, sexo, conversa, 4h38 dormi.
O aprisionamento da alma, o lugar que aprisiona, só penso e faço isso, só vejo e falo com as mesmas pessoas, as idéias mudam mas são sempre as mesmas, os assuntos mudam mas são sempre os mesmos, os mesmos pontos de vista, os mesmos conselhos, as mesmas tristezas, os mesmos problemas.... mas... e as soluções?? Não estão ali. O coração se acomoda.
Bom dia, bom dia!
Acordo 6h30, escovo os dentes, tomo banho, escolho uma roupa adequada, maquiagem, perfume, café, leite, óculos de grau, vou ao trabalho, Ana, Marcos, Ricardo, Andréa, bom dia, Rogério, Natália, Guilherme. Assino, almoço, assino, ar condicionado, debato, café, cigarro, volto para casa, compro pão, presunto, queijo, tomo lanche, comida para o cachorro, banho. Lavo um braço o outro braço, barriga, bunda, orelha, joelho, outro joelho, atrás, na frente, pé e pé, pescoço, rosto, nuca, escovo os dentes, pijama, novela, beijo, sexo, preguiça, sono, boa noite, 23h30 dormi. E encontro todas as respostas... o coração dispara!

O importante é mudar, não importa como ou o que!

é...

...




As palavras gostariam de ser doces, mas realmente eram de sal.
Senti o calor da sua voz, e o frio do seu coração.
Quem pode pesar o sofrimento que sofreu,

Se tamanho sofrimento não for seu? Ele disse....
Ninguém... ninguém pode, somente nós mesmos, pensei! Assim como só nós podemos pesar... só nós podemos mudar o que não nos faz bem, porque ninguém mais sabe esse caminho a não ser nós mesmos. Não existe nada, nada, nada no mundo que possa nos fazer tristes por muito tempo se realmente não queremos isso!
Nunca ninguém disse que viver era fácil... e não é para ninguém... cabe a nós mesmos, cada um com seu pesar, optar por ser feliz ou não!

Felicidade se acha nas horinhas de descuido!