domingo, 5 de abril de 2009

episódio 01: o tal cheque




Depois de um perrengue desgraçado, chegou o dia tão esperado. O dia de buscar o tal cheque de quatro mil reais. O lugar era inacreditavelmente longe, tipo.... três ônibus e mais uma caminhadinha de uns 20 minutos. Apertei a campainha e a porta cinza de ferro se abriu, a câmera da entrada olhava fixamente para mim, entrei e fechei a porta. Era um cubículo tipo... 1m por 1m, nas outras duas paredes tinham outras duas portas de ferro cinzas, uma em cada parede e na quarta parede tinha uma janelinha com uma grade grossa e forte, cinza, e um vidro grosso que tinha apenas uma gaveta que ligava cá com lá... e atrás disso tudo do outro lado estava ela, Patrícia, a atendente que deveria me fazer o pagamento. Enquanto ela cuidava de toda a parte burocrática observei que nesse espacico tinham ainda três câmeras no alto das paredes também cinzas. Coloquei na gaveta o recibo e ela me entregou o tal cheque, abriu a porta e eu sai para meus 20 min de caminhada e os 3 ônibus. Eram 14h da tarde e meu ônibus para o Rio de Janeiro era as 17h30. Eu tinha que passar no escritório do cara que me vendeu a nota para carimbar cheque e assim poder depositá-lo na minha conta. Tudo esquematizado, a grana que eu iria gastar na cidade maravilhosa durante o carnaval maravilhoso estava a caminho do banco. Cheguei no escritório as 15h30 com o tempo contado para carimbar e ir direto para o deposito que era ali pertinho, era sexta feira e eu não podia esperar até segunda. Entreguei satisfeita o cheque para a moça, e ela posicionou ele na impressora para imprimir o carimbo no verso, na hora eu disse: Vamos colar ele numa folha sulfite?? E ela respondeu: Não precisa. E deu um ok para iniciar a impressão. Nunca vou esquecer o som de uma impressora rasgando um cheque de quatro mil reais ao meio, foi aterrorizante. A moça que falava no telefone narrava a desgraça, e eu... e eu... não disse nada por uns quatro minutos. A moça que eu nem sei o nome não me olhava e continuava narrando como se eu não estivesse lá. Levantei, pedi o cheque para ela, e fui embora. Chequei em casa, guardei o cheque, fechei a minha mala e num impulso sai correndo para o metrô desesperada para não perder o ônibus.

Um comentário:

Direto do forno disse...
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